sábado, 31 de março de 2012

Músicas antigas e pseudo-ativistas

  Uma vez estava lendo, não lembro o quê, de C.S Lewis em que ele enaltecia a importância de se ler obras antigas, de como elas nos influenciam e nos levam a pensar sobre o que há de errado na nossa sociedade atual. Ele falou sobre livros mas poderia muito bem ter falado sobre a música.
Assim como os livros, a música dá uma visão, por mais superficial ou breve que seja, da sociedade onde foi feita.
  Eu não gosto de escrever sobre isso pois tento abster-me de qualquer manifestação em assuntos considerados polêmicos ou importantes, pois pra mim, são em grande maioria extremamente entediantes.
  De qualquer forma, outro dia eu estava ouvindo Beatles, e acabei prestando um pouco de atenção na letra.
You'll let me be your man
And please, say to me
You'll let me hold your hand."
  A primeira coisa que me veio à cabeça quando fiz a comparação entre essa música e as de hoje em dia foi:  Onde é que isso se perdeu? Quando, em que momento da história partimos de segurar as mãos para "passar nela"?
  É certo que em alguns pontos, a nossa sociedade melhorou. Temos liberdades que as pessoas sequer sonhavam antigamente, mas a que custo? Foi realmente necessário deixar a decência para trás? Não me intrometo nesses assuntos, pois como já disse, os considero extremamente chatos. Deixo isso para os pseudo-ativistas que pareceram brotar de repente, prontos para fazer a diferença.
  O jovem hoje gosta é de sentar a bunda na cadeira, entrar no twitter e salvar o mundo. Tudo isso sem sair de casa, tranquilo no ar condicionado, tomando um suco gelado. Incapazes de adotar uma causa por conta própria, contentam-se em repassar links e mostrar sua indignação, repetindo o que leram muitas vezes sem pesquisar a fundo o assunto, fazendo papel de trouxa.
  Se tivesse de escolher um papel para o jovem hoje, com certeza seria esse, o de trouxa.
  Indignado com os escândalos políticos, com o aumento do preço do ônibus e a falta de ciclovias ele não deixa barato. Chega em casa revoltado, e com razão. Senta na cadeira e liga o computador, pronto para representar seu papel.
  Dia após dia.                                
                                                                               

Um comentário:

  1. Muito bem descrito o papel que a maioria adota atualmente... ;/
    Você escreve muito bem, Pedro, parabéns, além de achar que, a maneira como escreveu sobre esse tema foi bem mais pertinente e divertida[?] do que normalmente são escritas ! :3
    Sayuri ~

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