Eu não tenho lá muito controle sobre mim mesmo. Eu até consigo, dependendo do tamanho da vontade ou necessidade, correr alguns km, segurar a fome até a hora da próxima refeição e ainda fazer uma coisa ou outra que não me agrade. Só não inclua o sono no meio.
Eu estou em casa, depois do almoço, e os olhos pesados quase desistiram de abrir. Talvez você seja familiar com a situação. Enfim, eu pego o celular, coloco-o para despertar em vinte minutos e vou dormir. Deito na cama, no sofá ou no chão dependendo da minha sorte na ocasião e fecho os olhos. Antes de dormir prometo a mim mesmo acordar ao primeiro sinal do despertador. Completado o ritual, me viro para o lado e 1, 2 e zZzZzZzZzZ...
O meu controle sobre o sono é estranhamente semelhante ao de um homem preguiçoso sobre seu cachorro incansável. Se o homem precisar segurar o cachorro, vamos dizer que passa uma mulher em um vestido de carne, ele até consegue. Apesar de que, covenhamos, ele bem se sentiu tentado a deixar o cachorro pegar aquela carne, mas enfim... Agora, vamos dizer que o homem precisa parar o cachorro porque tem um rato passando, ele até segura o cachorro, mas assim que este decide partir para cima, o outro já solta e fica com aquela cara de "Ah, mas eu tentei."
Uma música familiar começa a tocar, a princípio baixinha, no limiar da audição, e depois crescendo até se tornar impossível de ser ignorada. É o meu despertador. Estico o braço para a mesa da cabeceira e o desarmo. Fico um tempo olhando pro teto tentando me lembrar de onde e quando estou, mas a cabeça dói demais para qualquer pensamento coerente. Olho para a direita. Está escuro mas ainda dá para enxergar uma coisa ou outra.
Uma fungada chama minha atenção para o lado esquerdo. Quando olho vejo um cachorro, grande e preguiçoso, deitado. Ele respira profundamente e ronca vez ou outra. Alguma coisa na minha cabeça fica me dizendo que eu devo tirá-lo de lá, mas não consigo me lembrar do motivo. E não parece ter muita importância.
Abraço o travesseiro e fecho os olhos, com aquele pensamento ainda martelando na cabeça.
"Só dessa vez" penso eu tentando me tranquilizar.
"Só dessa vez..." e volto a dormir.
De que nave você desceu adorável homem que me fez rir e refletir muito com os seus textos? De onde esse humor leve, meio lírico, meio lascivo, meio assim a gente começa a ler e não quer parar. E olha que quando a coisa não rola eu não leio mesmo. Pedro, você me surpreendeu! Seu blog é nota 10,0 e está entre os melhores da sala. Beijokas mil
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