segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Caso de puliça


-       Então espera aí, deixa eu ver se eu entendi. Você está me dizendo que essa mulher, que jaz inconsciente no chão, bateu em você?
-       Sim senhor. – disse o homem concordando com a cabeça.
-       Será que você poderia descrever como tudo aconteceu?
-       Bom, a gente começou a discutir né, aí de repente eu fiquei bravo, porque pô, sacanagem o que ela fez.
-       O que ela fez?
-       Ela quis sair com as amigas. Pô, tá achando que eu sou o quê, rapaz? Querendo me taxar de corno bem no meio dos meus chifre?
-       Prossiga. – disse o policial tomando nota.
-       Então, aí ela chegou e falou “É, eu vou sair mesmo.” Aí eu fiquei com raiva, comecei a tremer e, de repente, ela me atacou.
   O policial olhava estupefato para o homem que narrava a história.
-       Não...
-       Pois é, rapaz. Olha minha mão aqui, tá até machucada. Ela veio e deu uma baita duma cabeçada na minha mão. – disse o rapaz mostrando as costas da mão.
-       E depois, o que aconteceu?
-       Logo depois que ela deu uma cabeçada na minha mão, ela tentou emendar como uma barrigada no meu joelho.
-       Levanta esse shorts aí.
   E o homem mostrou, orgulhoso, o joelho intacto.
-       Rapaz, é aquilo né. Desde pequeno minha mãe fala e é verdade. Meu santo é forte.
   O policial terminou as suas notas com um leve sorriso no rosto.
-       É, eu sei bem como é que é. Mas olha, eu acredito no senhor, aliás parabéns viu, por não reagir. Mas eu tenho que chamar uma ambulância, você sabe como é, procedimento e tal.
-       Sim, claro, vai ver ela se machucou né.
-       O quê, ela? – o policial deu risada – Imagina, a ambulância é pro senhor. Ela vai é pra cadeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário