-
Então espera
aí, deixa eu ver se eu entendi. Você está me dizendo que essa mulher, que jaz
inconsciente no chão, bateu em você?
-
Sim senhor. –
disse o homem concordando com a cabeça.
-
Será que você
poderia descrever como tudo aconteceu?
-
Bom, a gente
começou a discutir né, aí de repente eu fiquei bravo, porque pô, sacanagem o
que ela fez.
-
O que ela fez?
-
Ela quis sair
com as amigas. Pô, tá achando que eu sou o quê, rapaz? Querendo me taxar de
corno bem no meio dos meus chifre?
-
Prossiga. – disse
o policial tomando nota.
-
Então, aí ela
chegou e falou “É, eu vou sair mesmo.” Aí eu fiquei com raiva, comecei a tremer
e, de repente, ela me atacou.
O policial olhava estupefato para o homem
que narrava a história.
-
Não...
-
Pois é, rapaz.
Olha minha mão aqui, tá até machucada. Ela veio e deu uma baita duma cabeçada
na minha mão. – disse o rapaz mostrando as costas da mão.
-
E depois, o
que aconteceu?
-
Logo depois
que ela deu uma cabeçada na minha mão, ela tentou emendar como uma barrigada no
meu joelho.
-
Levanta esse
shorts aí.
E o homem mostrou, orgulhoso, o joelho
intacto.
-
Rapaz, é
aquilo né. Desde pequeno minha mãe fala e é verdade. Meu santo é forte.
O policial terminou as suas notas com um
leve sorriso no rosto.
-
É, eu sei bem
como é que é. Mas olha, eu acredito no senhor, aliás parabéns viu, por não
reagir. Mas eu tenho que chamar uma ambulância, você sabe como é, procedimento
e tal.
-
Sim, claro,
vai ver ela se machucou né.
-
O quê, ela? –
o policial deu risada – Imagina, a ambulância é pro senhor. Ela vai é pra
cadeia.
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